GOVERNO SINALIZA COM MANUTENÇÃO DE PREÇO MÍNIMO DA CAIXA DE LARANJA
Em meio à crise, os produtores de laranja receberam do governo a promessa de medidas de apoio à comercialização da safra 2013 e de manutenção do preço mínimo por caixa, hoje em R$ 10,10. Na reunião de quarta-feira da Câmara Setorial da Laranja, em Brasília, os representantes da cadeia produtiva da citricultura pediram ainda a prorrogação dos financiamentos que venceram nesta quinta-feira e a prorrogação da Linha Especial de Crédito à Comercialização.
Para o presidente da Ocesp-Sescoop/SP, Edivaldo Del Grande, a ajuda do governo na regulação do mercado é fundamental e colabora para uma política agrícola adequada, como ocorre na maioria dos países desenvolvidos. “Caso contrário, muitos produtores acabam saindo da atividade e migram para as grandes cidades, o que faz aumentar os problemas sociais”.
Mas, além de garantir preços mínimos para a caixa de laranja, Del Grande sugere que o governo implemente uma ampla política de consumo interno. “O suco natural de laranja deveria, por exemplo, ser item obrigatório na merenda escolar. Hoje, os estudantes bebem sucos processados, diluídos em água com açúcar. Além de ser mais saudável, o suco natural na merenda ajudaria a baixar os estoques e a melhorar a renda para o produtor”.
Por outro lado, o presidente da Ocesp observa que os produtores deveriam possuir sua própria agroindústria. “Unidos em cooperativas isso seria viável, agregaria valor à produção e livraria o agricultor da dependência de atravessadores, que ficam com a maior fatia dos rendimentos”.
FONTE: Agrolink
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PRODUÇÃO DE ABACAXI GERA TRÊS MIL EMPREGOS NO SUDESTE DO PA
Produção da fruta também aquece a economia do município. Polpa do abacaxi é exportada para países da Europa e da América do Sul.
Floresta do Araguaia tem 19 mil habitantes e é conhecida como a cidade do abacaxi. A colheita do fruto gera aproximadamente 3 mil empregos diretos e indiretos, mas os produtores ainda enfrentam a falta de mão de obra no estado.
Segundo o IBGE, Floresta do Araguaia é o maior produtor de abacaxi do estado do Pará e o segundo maior do Brasil. O município produz anualmente 208 milhões de unidades da fruta.
Parte dessa produção abastece o mercado interno e vai para cidades brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Outra parte, abastece a agroindústria que beneficia os frutos e exporta o suco concentrado de abacaxi para Holanda, Alemanha, Itália e para países do Mercosul, entre eles Argentina Chile e Paraguai.
A fruta também gera renda para os moradores que trabalham com a produção de doces em Floresta do Araguaia. O abacaxi é muito bem aproveitado e pode ser transformado em vários produtos.
FONTE: Globo Rural
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COM PICO DE SAFRA; PREÇO MÉDIO DO LIMÃO TAHITI CAI 45% EM FEVEREIRO, DIZ CEPEA
A safra de lima ácida tahiti no estado de São Paulo entrou em pico de colheita em fevereiro. Com isso, as cotações da fruta têm recuado expressivamente.
No mês passado, a média da caixa de 27 kg (colhida, sem frete) destinada ao mercado in natura foi de R$ 4,42, quase 45% abaixo do verificado em janeiro/13 e pouco acima dos R$ 4,22/cx de fevereiro do ano passado, segundo levantamentos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
A oferta da lima ácida aumentou efetivamente na segunda quinzena de fevereiro e deve começar a se reduzir apenas no final de março. Com isso, os preços se enfraquecem e produtores buscam canais alternativos para o escoamento.
Pesquisadores do Cepea explicam que, paralelamente ao mercado de consumo in natura, produtores podem optar pela venda à indústria, que iniciou o processamento de tahiti no começo de fevereiro. Por enquanto, contudo, apenas uma empresa tem comprado a fruta. Essa fábrica tradicionalmente aproveita o período de maior oferta para produzir suco e outros derivados da lima ácida e está estrategicamente localizada em Matão – próximo ao polo produtor de Itajobi.
No início de fevereiro, essa indústria pagava R$ 5,50 pela caixa de 40,8 kg, já entregue (frete pago pelo produtor). Desde a semana do carnaval, no entanto, com o objetivo de estimular as entregas, essa indústria tem adquirido a tahiti por R$ 6,00/cx.
Pesquisadores do Cepea relatam que, com esse ligeiro aumento no preço e também levando-se em consideração que o mercado de mesa não consegue absorver todo o volume colhido, o interesse por escoar as frutas para esta indústria cresceu. Chega a haver filas para o descarregamento no portão da processadora – há relatos de permanência de até dois dias. No entanto, comparativamente aos valores recebidos na venda ao mercado de mesa, os preços pagos pela indústria são considerados pouco atrativos por produtores. Isso porque a média de R$ 6,00 se refere à caixa de 40,8 kg, e não de 27 kg, como negociado no mercado in natura.
Além disso, no mercado de mesa, os cerca de R$ 4,00/cx. 27 kg ora oferecidos correspondem à fruta colhida, no barracão, enquanto que, para a indústria, o produtor ainda precisa arcar com o frete até a unidade de processamento – dados do Cepea. Alguns produtores consultados pelo Cepea tentam recorrer à indústria também para entregar frutas de baixa qualidade. No entanto, o comentário é que a processadora tem aumentado as exigências quanto ao padrão da lima ácida e, em caso de qualidade e calibre não satisfatórios, rejeita a carga.
MERCADO EXTERNO
Segundo pesquisadores do Cepea, outro mercado que atrai produtores paulistas nesta época do ano é o externo. Alguns barracões especializados no mercado internacional, além de terem produção própria, também adquirem a fruta de produtores que conseguem manter o padrão de qualidade exigido.
De acordo com levantamentos do Cepea, o produtor que vendia para esses exportadores recebeu R$ 10,00/cx de 27 kg na última semana. Com relação à produção mundial de limas e limões para consumo in natura, deve haver queda de 4% na safra 2012/13 frente à anterior, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
O México, principal concorrente do Brasil no cenário internacional, deve ofertar um bom volume de lima ácida apenas entre maio e julho, período de pico de safra no país. Com isso, já tem sido observado aquecimento na demanda pela fruta brasileira.Em janeiro, as exportações de limões e limas totalizaram 8,6 mil toneladas, volume 27,4% superior ao do mesmo mês de 2012, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Em receita, os envios de janeiro somaram US$ 7,6 milhões, 29% a mais que em janeiro/12.
Para os próximos meses, exportadores também se mantêm otimistas. A União Europeia é o principal destino da fruta brasileira, absorvendo cerca de 90% do total vendido pelo Brasil.
Outras informações sobre o mercado de tahiti: http://cepea.esalq.usp.br/citros/?page=707 e por meio do Laboratório de Informação do Cepea, com a pesquisadora Dra. Margarete Boteon: 19-3429-8837 / 3429 8836 e cepea@usp.br
FONTE: Cepea
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FRUTAS SELVAGENS BRASILEIRAS SÃO CADA VEZ MAIS USADAS PELOS CHEFS
Você sabe o que é grumixama? E uvaia? Murici? Não?
Não é de espantar. São frutas nativas do Brasil, extremamente perecíveis, que raramente chegam ao mercado da região sudeste para consumo “in natura”.
Essa dificuldade, porém, não impediu que essas frutinhas de sabores particulares, que perfumam receitas doces e salgadas, despertassem o interesse dos chefs. Elas surgem também como tema de livros recém-publicados.
Tê-las à mesa não é um caminho simples. “É muito difícil domesticar uma fruta selvagem“, diz o engenheiro agrônomo e especialista no assunto Harri Lorenzi.
Fresquinhas, no mercado paulistano, quase não se acha. A Folha entrou em contato com dez hortifrútis em São Paulo em busca dessas frutas selvagens.
A grumixama, por exemplo, ninguém conhecia.
Apenas cinco locais entre os pesquisados vendem umbu, uma fruta do sertão nordestino, mais resistente que as demais. O preço também é elevado: na mesma barraca do Mercado Municipal de São Paulo, a Pomar do Campo, o quilo de umbu vale R$ 29 enquanto o de laranja, R$ 9,90.
“A jabuticaba é a mais antiga do país e nunca decolou como planta cultivada”, conta Lorenzi. Isso exige aperfeiçoamento genético para que fiquem mais resistentes e investimento em tecnologia de colheita e armazenamento, além, é claro, de um razoável mercado consumidor. Nada disso, no entanto, existe, por ora. “Essas frutas devem ser colhidas do pé e imediatamente congeladas“, explica Lorenzi. As mais delicadas -o umbu é uma exceção- não resistem ao manuseio e ao transporte.
Como chegam, então, aos restaurantes de São Paulo e do Rio? Em geral, por meio de pequenos produtores que as vendem como polpa.
A partir daí, tornam-se doces, sorvetes e geleias nas mãos dos chefs.
NA MIRA DOS CHEFS
Da grumixama à uvaia, do umbu ao bacuri, do cajá à pitanga, Bel deu uma volta completa no “pomar” que se espalha Brasil adentro.
“São sabores muito ricos para trabalharmos“, diz Bel, que sempre pesquisa frutas em suas viagens. Além disso, o seu fornecedor cativo, o Sítio do Bello, em Paraibuna, no interior paulista, apresenta a ela regularmente as boas-novas. A chef revela paixão pelo bacuri, por seu perfume e por sua acidez.
O carioca Felipe Bronze, sócio do premiado Oro, no Rio, também explora bastante as frutas em seu moderno menu brasileiro. Bronze conta que há sempre “umas 15 frutas circulando pelo cardápio“. Suas apostas mais recentes são semelhantes às de Bel: grumixama, uvaia e açaí-branco. Com este último, ele criou um purê. “Sua cor é esverdeada e tem a textura parecida com a do abacate“, descreve.
Ainda no Rio, o chef francês Roland Villard, do Le Pré Catelan, anda encantado com o murici. De acordo com ele, a fruta -pequenina, amarela e ligeiramente oleosa- lembra o queijo parmesão e pode ser usada para doces, sucos e sorvetes.
Villard criou um “granité” (semelhante a um “frozen“), que está no menu de seu restaurante, em Copacabana. Ele guarda uma história curiosa com a fruta. Quando recebeu o consagrado chef italiano Massimo Bottura no Le Pré Catelan, Villard serviu um sorvete de murici sem dizer o que era. Bottura garantiu que tinha parmesão ali. Quando Villard contou que era uma fruta, ele quis levar quilos para a Itália.
DO POMAR PARA A MESA
O movimento entusiasmado em torno das frutas não acontece só nas mesas do Sudeste, onde, aliás, é mais difícil encontrá-las frescas.
Os melhores chefs viajam pelo país para pesquisá-las e, geralmente, têm fornecedores locais, atentos à sazonalidade. O Norte e o Nordeste oferecem a matéria-prima com muito mais facilidade.
O chef baiano Beto Pimentel, do Paraíso Tropical, em Salvador, tornou-se conhecido por cultivar em sua fazenda, no Recôncavo Baiano, 28 mil pés de fruta.
Só o pomar de seu restaurante tem 121 espécies, que saem do pé diretamente para as suas receitas.
Pimentel, adepto de uma cozinha baiana mais leve, não usa o azeite de dendê nas moquecas, mas, sim, a massa do próprio fruto.
Com isso, o chef confere mais leveza ao prato.
ONDE COMER
Dui: al. Franca, 1.590, São Paulo, tel. 0/xx/11/2649-7952
Oro r. Frei Leandro, 20, Rio de Janeiro, tel. 0/xx/21/7864-9622
Le Pré Catelan av. Atlântica, 4.240, Rio de Janeiro, tel. 0/xx/21/2525-1160
Paraíso Tropical r. Edgar Loureiro, 98-B, Salvador, tel. 0/xx/71/3384-7464
ONDE COMPRAR
Hortifruti Natural da Terra: r. João Cachoeira, 1.351, Itaim Bibi, tel. 0/xx/11/3647-9578. E outros endereços.
O que: umbu (R$ 7,98/kg)
Mercado Municipal de São Paulo: r. da Cantareira, 306, Centro, tel. 0/xx/11/3313-3365
Banca do Juca: box I23
O quê: umbu (R$ 20/kg) e bacuri (R$ 20, duas unidades)
Casa Gonzales: box I17
O quê: umbu (R$ 15, a bandeja com aproximadamente 700 g)
Frutas Exóticas: box K23,
O quê: umbu (R$ 20/kg)
Pomar do Campo: box J12,
O quê: umbu (R$ 29/kg)
ALICE GRANATO é jornalista e autora do livro “Sabor do Brasil” (editora Sextante).
FONTE: Folha online
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